O cálculo de frete é essencial para a transportadora, pois é por meio dele que a empresa vai compor um preço justo pela prestação de seu serviço, suficiente para cobrir os custos operacionais e, ao mesmo tempo, obter lucros. Porém, a realização desse cálculo não é algo simples. São diversos os fatores que devem ser considerados para tanto.

Assim, para ajudar você a entender mais a fundo o assunto, este artigo apresentará os principais tipos de fretes, bem como as principais variáveis e taxas que devem fazer parte da composição do preço do frete. Continue a leitura e entenda um pouco mais sobre o assunto!

Entenda a importância do cálculo do frete

O cálculo do frete é muito importante para a composição justa do preço a ser cobrado pelo serviço de transporte. Quando não se realiza o cálculo de maneira adequada, o empreendedor corre o risco de orçar um valor menor do que os custos envolvidos em sua operação ou um valor muito elevado, o que pode levar à perda de clientes.

Assim, é necessário saber exatamente todos os custos envolvidos na prestação do serviço, bem como o porcentual de lucro que a empresa deve obter, mas sempre se atentando para que o preço não seja excessivamente alto.

Saiba quais são os tipos de frete

Apresentaremos a seguir os principais tipos de fretes praticados no mercado.

Frete normal ou direto

Este é o serviço mais comum atualmente. Trata-se, basicamente, daquele frete que a transportadora recolhe a mercadoria e leva até o destinatário, sem o envolvimento de terceiros ou de uma segunda transportadora.

Frete subcontratação

Resumidamente, a transportadora contratada não utilizará sua frota para efetuar a operação solicitada, mas acionará parceiros para efetuar o transporte, conseguindo, assim, entregar com mais agilidade, qualidade e com melhores prazos. Inclusive, algumas transportadoras que trabalham dessa maneira conseguem emitir o CT-e sem aumento de impostos.

Frete redespacho

Essa modalidade é semelhante à subcontratação. A diferença é que em parte do trajeto a transportadora utilizará sua própria frota. Ou seja, a encomenda é levada até certo ponto do percurso e, então, aciona-se um terceiro para finalizar a entrega no destino.

Frete FOB, ou Free on Board

Este tipo de frete é utilizado geralmente em transportes B2B, no qual o cliente (destinatário) se responsabiliza pelo custo de transporte e seguro da mercadoria. O destinatário cuida da operação, faz a conferência e o pagamento no ato da entrega.

Sobre os tipos de cargas, você confere também aqui em nosso blog onde falamos sobre carga fracionada e carga fechada.

Conheça as principais variáveis que impactam o cálculo de frete

Para calcular o frete, precisamos levar em conta as principais variáveis que estão envolvidas nas operações comuns de serviços de transporte, como, por exemplo: peso da mercadoria, valor da Nota Fiscal, distância percorrida, modal, características da carga etc. Falaremos sobre cada uma delas com mais detalhes.

Peso da mercadoria

O peso considerado para a composição do preço pode ser tanto bruto quanto cubado. O primeiro diz respeito ao peso de fato da mercadoria. Já o segundo considera também a área ocupada pelo produto no transporte.

Isso é necessário, pois quando uma mercadoria ocupa uma grande área, significa que a transportadora deixa de carregar outros produtos em seus veículos, deixando também, portanto, de obter um lucro maior com o seu transporte. Sendo assim, é justo que mercadorias que ocupam grandes áreas sejam carregadas por um preço mais elevado.

Valor da nota fiscal

O frete pode ser calculado também a partir do valor final das notas fiscais referentes às mercadorias transportadas. Quando uma carga é muito valiosa, o custo para a transportadora é maior, pois o valor do seguro pago para a viagem será mais alto.

Distância percorrida

Quanto mais um veículo se locomove, maior será o gasto com materiais de manutenção que a transportadora deverá arcar. Pneus, lubrificantes, combustível, Arla 32, lavagens etc., são exemplos de custos de manutenção que o empreendedor do ramo de transporte deve levar em conta. Portanto, atente-se a esses gastos e calcule-os com base na distância percorrida pelos seus veículos.

Condição da entrega da carga

Há também variáveis que são mais particulares, por serem consideradas apenas em casos específicos. Para esses casos são cobradas taxas especiais como: taxa de restrição do trânsito (TRT) — cobrada quando há restrições para a circulação do transporte — e taxa de dificuldade na entrega (TDE) — para locais de difícil acesso ou suscetíveis a roubos.

A primeira dessas variáveis mais particulares é a condição de entrega da carga. A transportadora deve considerar o risco que algumas áreas oferecem, seja pela dificuldade do acesso ou pela alta ocorrência de roubos. Nesses casos, o seguro obrigatório com o qual a empresa deve arcar também será alto, então é preciso que a transportadora se atente a isso.

Característica da carga

Outra variável específica que deve ser levada em consideração é o tipo de mercadoria. Por exemplo: carga viva, carga perigosa, perecíveis etc. Essas cargas muitas vezes demandam embalagens diferenciadas, adaptações no veículo, manuseio adequado, entre outros cuidados. Dessa forma, a transportadora deve considerar quando tem custos a mais provenientes desses cuidados e incluí-los no preço final de seus serviços.

Compreenda as taxas e tributos a serem considerados

Existem também algumas taxas para o transporte, que podem ou não ser consideradas no contrato com o cliente. As principais taxas são:

  • taxa de coleta e entrega;
  • frete mínimo: ou seja, há uma definição de peso mínimo para transporte — caso a carga não o alcance, é cobrado o valor mínimo de frete;
  • taxa de reentrega: para os casos em que o cliente se recusa a receber, ou se encontra ausente, e o produto precisa ser reenviado posteriormente.

Ainda falando de taxas, é importante que a transportadora esteja atenta à taxa referente ao gerenciamento de risco: GRIs. Trata-se de um porcentual do valor da nota fiscal da mercadoria e tem como o objetivo cobrir todos os custos que envolvem ações de combate ao roubo de cargas, bem como prevenção de riscos no transporte.

Há também, em alguns casos, a necessidade de se considerar a taxa Ad Valorem, que, resumidamente, trata-se de um seguro destinado a cobrir eventuais perdas com mercadorias que não estão em transporte.

E, por fim, podemos incluir os tributos de frete no trajeto contratado. O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é o principal imposto que incide sobre operações de transportes, tanto intermunicipais como interestaduais. Portanto, é um valor que deve ser incluso no preço do frete. Atente-se aos diferentes porcentuais que são cobrados por esse imposto nos estados do Brasil.

Fique por dentro da importância da tecnologia para se calcular o frete

Para dar conta de tantas variáveis, custos e taxas, o empreendedor pode contar com o uso de softwares específicos para o cálculo de fretes. Por meio deles é possível calcular o frete de maneira mais rápida e eficiente, além de evitar possíveis erros que são comuns de ocorrerem em processos manuais.

Ademais, ter todas as variáveis de composição do preço do frete de maneira visível e controlada é mais uma vantagem, do ponto de vista da gestão do negócio, que o empreendedor pode ter ao contar com o uso da tecnologia.

Conhecer as variáveis mais básicas que devem entrar no cálculo de frete é o primeiro passo que o empreendedor deve dar para tornar o seu negócio mais competitivo e eficiente no mercado. Em um cenário competitivo e em crise, como brasileiro, saber que, hoje em dia, pode-se contar com softwares específicos para calcular o preço justo do frete é uma possibilidade que o empreendedor não pode deixar de considerar implementar em sua empresa.

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